Nunca mais ouvi falar na biografia de Tasso Jereissati, que o jornalista Wanderley Pereira estaria escrevendo (Pereira é também ótimo poeta e um grande repentista). O que deve estar acontecendo será por culpa da carregada agenda de Tasso para contar sua vida ao escritor. Se o biografado for contar tudo o que já passou no campo político e empresarial, um volume será pouco. O pai dele, Carlos Jereissati, foi duas vezes deputado federal e faleceu como senador, antes de completar um ano do mandato. Era praticamente o dono do PTB no Ceará da época e um empresário vitorioso, mas o coração doente lhe roubou a vida aos 47 anos, em maio de 1963. A morte comete seus assassinatos. Dr. Tasso tinha então 16 anos e assumiu as atividades empresariais do pai, depois de se formar em administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas.
Em 1987, foi eleito governador pelo PMDB, elegeu Ciro Gomes para sucedê-lo e em seguida voltou ao governo do Estado, onde cumpriu dois mandatos seguidos, com o advento da reeleição, inclusa na constituição de 88, a “Constituição Cidadã”, assim batizada por Ulysses Guimarães (11 vezes deputado federal por São Paulo, um recorde). Depois foi eleito para o Senado e teria sido reeleito, não fossem as baixarias de Lula, que passou a persegui-lo. Agora no PSDB, partido que ajudou a fundar, ninguém sabe qual é o seu projeto político para 2014, ano que deverá nos oferecer fatos explosivos, quando Dilma fará um pacto até com o Capeta para ser reeleita. O poder, sabe-se, engendra a volúpia do poder, e quem pode quer sempre poder mais.