O povo está convencido que só
resolve seus problemas mais graves, e são muitos, quando sai às ruas e decide mostrar sua revolta na roleta russa,
tal qual vimos principalmente em junho e julho passados. Às vezes faz bobagens
como depredações, confrontos etc. ferindo o direito de greve assegurado na
Constituição. A violência desfigura o Brasil, corroe nosso estilo de vida,
ameaça a fisionomia de uma pátria de irmãos. A violência já envolve a cidade e
o campo. A polícia, mal paga e despreparada, perde a guerra para o bandido,
portador de audácia e armas importadas, contrabandeadas pelo narcotráfico.
O problema toma uma grande dimensão política,
e aí, no somatório do mata-mata, o governo fica na poeira. Não se combate
violência com flores. Mas não pode o Estado fazer da violência legal o
instrumento de uma violência institucionalizada, que gera outra violência, num
círculo vicioso que não cessará. O combate à violência começa pela proteção da
infância. Enquanto houver uma criança abandonada, no Brasil, haverá sementes de
ira. A violência, em última análise, é uma busca da morte. O Brasil não é país
destinado a essa procura trágica.