A centenária credibilidade e o respeito que o STF
merece da sociedade brasileira correm riscos no julgamento do mensalão. O
presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, tem a boca destravada, como diria
Nélson Rodrigues, e fala o que pensa, doa em quem doer. Não é emoção, é
exatidão. Seu vice, ministro Ricardo Lewandowski, duro e sincero, não esconde
suas deduções e não silencia. Os ministros do STF, sobretudo nesta fase,
dignificam a mais alta corte do país.
Estamos vivendo a plenitude do estado de Direito,
passados os tempos dos intervencionismos, dos golpes, e a consciência
nacional execrando todas as formas de autoritarismo, disfarçadas ou ostensivas.
O STF mostra não estar voltado apenas para os aspectos jurídicos, mas também
age como um tribunal federativo, político, uma corte constitucional,
encarregada de guardar a Constituição e velar pelas instituições. Ousa e abre
caminhos.