Eis de que o Brasil mais precisa. Uma
reforma que mostre de cara que o voto proporcional desintegra os partidos,
faz a proliferação deles. O voto majoritário, sim, seria o ideal. É
formador de grandes partidos, estáveis, capazes de dar estabilidade aos
governos e realizar o grande sonho do governo democrático: alternância do
poder. Um partido que não influencie o poder, mas exerça o poder.
Chile, Argentina, Paraguai, Bolívia – para citar
nossos vizinhos – têm partidos centenários. No Brasil é difícil um
partido completar sequer bodas de prata. Por quê? Porque nós não queremos
acreditar que partidos longevos, estáveis, capazes de dar estabilidade são
resultantes do sistema eleitoral. O voto distrital não é bem-vindo por aqui.
Nossas lideranças não o aceitam. Esquecem que todos os grandes estadistas
do mundo floresceram no voto distrital.
Sem voto majoritário não há Parlamento forte. Sem
Parlamento forte não há democracia forte. Esta é a grande verdade que nos
recusamos a aprender e ficamos a fazer leis para limitar partidos, controlar
gastos eleitorais, fidelidade partidária, que apenas terminam numa grande farsa
e no estímulo à hipocrisia. O mal está na raiz – o voto proporcional.