quinta-feira, 7 de novembro de 2013

ELE VEM AÍ


Se Dilma continuar parada nas pesquisas, ameaçando um segundo turno, Lula decidiu entrar na disputa no lugar dela, com quem já conversou a esse respeito, Ele teme que o PT acabe dando com os burros n´água. Na verdade, será uma desgraça total se isso ocorrer. O empresariado paulista não anda satisfeito com Dilma, que não lhe dá a mínima, e está quase a exigir a volta do “sapo barbudo”, como diria o saudoso Brizola. Reconheça-se: não há ninguém para peitar Lula.

DOBRANADA

  A eleição presidencial de 2014 promete grandes batalhas. Sempre aparecem nomes que não emplacam. Aécio Neves, por exemplo, do PSDB, não vejo futuro na candidatura dele. Eduardo Campos, do PSB, não acrescentou nada com Marina Silva. Foi bom pra ela, que tem dois caminhos – o Senado ou mesmo o governo de Brasília, onde está seu título eleitoral. Dobradinha com Eduardo, nunca!!! Nem como cabeça da chapa. Teríamos um dobranada, substantivo inexistente, mas que aqui fica.

COLLOR?


Ele anda trancado em seus gabinetes em Alagoas, calado, misterioso. Os jornais de lá não descartam que o ex-presidente e hoje senador poderá se lançar candidato à sucessão de Dona Dilma, pra embananar ainda mais a eleição do próximo ano. Nada se duvide do eleitor brasileiro, um dos mais desinformados e despolitizados do planeta. Ainda está naquela da dentadura, do prato de comida, no mesmo jogo do “coronelismo” de sempre e de cartas marcadas. Ninguém lembra que o voto, além de simples obrigação, é também um dever cívico e moral. Constitui, assim, grave culpa cívica e moral não votar, ou não votar naquele que a consciência indica como mais honesto e mais competente, inspirando-se exclusivamente nos imperativos do bem público.

MALUF !!!

  Finalmente, 11 anos depois que a Justiça saiu atrás dele, à procura de não deixá-lo impune no seu rico prontuário de safadezas e mil traquinagens, Paulo Maluf sofre agora a gravidade de seus desatinos junto ao Erário, agarrado pela Lei da Ficha Limpa, que vai deixá-lo cinco anos proibido de participar de qualquer eleição. Quer dizer, inelegível. Será que alguém ainda votaria nele? Claro. Ele é deputado federal e dos mais bem votados. O eleitor brasileiro, como disse linhas atrás, é um completo idiota na hora de votar. E olha que o voto é uma arma por excelência da vida democrática. Entre Jesus e Barrabás, nosso eleitor votaria em Barrabás, sobretudo sem nenhum Pilatos para lavar as mãos, como nos conta o Novo Testamento. O governador romano da Judéia entrou para a História pela porta dos fundos, ao que parece deverá ocorrer com Maluf. Mas seu nome foi eternizado, a cada minuto que o mundo reza o Credo. 

 Como prefeito de São Paulo (1983-1986), ele construiu o Túnel Aírton Senna e a obra foi superfaturada, etc. e tal. O leitor conhece bem a vida desse enrolado homem público que está sempre metido em alguma patifaria e jamais foi punido. Ultimamente, contudo, mesmo depois do churrasco que ele ofereceu a Lula, ou por isso mesmo, andou a devolver dinheiro indevido, pois meteu a mão no Erário, algo que, segundo os jornais vivem a denunciar, tornou-se o dia-a-dia na vida desse sujeito cínico e audacioso. Nos meus longos anos de jornalismo, não conheço outro político brasileiro tão pleno de patifarias. Há outros afins, para mais ou para menos. Da Primeira Missa aos dias atuais, a impunidade tem sido sua companheira permanente. Agora, contudo e felizmente, prevaleceu a Justiça, e ele vai pagar pelo que fez. Bato na boca, porque, no Brasil, o ladrão que pode contratar bons advogados, nunca vai preso. Maluf pode recorrer. Então... ===========================================

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

VIDAS SECAS


O título é do livro que o alagoano Graciliano Ramos (1892-1953) escreveu em 1938 e que todo mundo conhece como uma das suas obras-primas do Modernismo e de toda a literatura brasileira. Um pungente documento humano e obra de arte acabada. Mas o que queremos dizer mesmo é que todos falharam conosco no inverno que não houve nos últimos dois anos, 12 e 13. e dizem que este período foi o mais seco de todo o meio século passado Os profetas das chuvas, São José e São Pedro decidiram por uma chuvinha aqui, outra ali, alguns açudes sangraram, mas a grande maioria dos sertanejos fica sem milho, feijão, mandioca e sem o mais precioso dos bens que caem do céu – a água. Estamos, por isso mesmo, à mercê do carro-pipa, que vende ou distribui um produto contaminado e perigoso à saúde do consumidor. As “otoridades” oficiais, discursam, salivam o nada e acabam explicando o fenômeno das águas frias ou quentes dos oceanos, na tentativa de esmiuçar o mau humor dos deuses. Ora, gentes finas. Vamos reler Graciliano. Seu livro foi escrito ontem. Nada mais triste, nada mais terrível que o sertão seco e suas implicações dramáticas. O governo Dilma mantém as chantagens eleitoreiras das cestas básicas, nossas casas e o tal de mais médicos. Segundo o Ibope (alguém acredita nele?), Dilma ganhará a reeleição logo no primeiro turno. O casamento político Marina-Eduardo Campos nada significou. Só Deus sabe quem será o cabeça da chapa. Seja lá quem for, os dois vão dar com os burros n´água. No Planalto e no Congresso todos vivem em formidáveis gargalhadas, e a literatura de cordel jamais foi tão engraçada e tão versátil. Escutem os violeiros. O que não dá pra rir, dá pra chorar. Quanto a Lula, permanece no comando da corrupção, de norte a sul, de leste a oeste. Seus oito anos de governo bateram um recorde de pilantragem. Se escapou do escândalo do mensalão por falta de provas, não escapará do julgamento da História.

CELIBATO

  Nesta pátria que nos pariu, todos se divertem com infortúnio alheio. Até o amor se diverte com aqueles que criam a mulher imaginária. Depois mandam que o criador a procure. Se este a encontra, não a reconhece, porque a enfeitou demais. Se não a encontra, desespera-se e acaba sem ter companhia. Isso explica a razão por que muitos celibatários andam por aí, a falar sozinho.

GRANDE LIÇÃO

 Se os dorminhocos soubessem o que perdem por não acordar cedo, não continuariam na preguiça da cama, com a janela ou a cortina impedindo a claridade nova que vai crescendo no horizonte. E é sempre uma festa de cores, ainda que por cima dos malditos espigões. É dessa luz que vem o meu bom humor. A natureza, ao despontar do dia, sempre nos dá, como agora, no momento em que escrevo, sua lição mais bela: faz a mesma coisa sem se repetir.

SAMMY DAVIS JR

  Corro a avenida do computador e dou com ele, num velho filme dos velhos tempos. O crioulo era simplesmente genial. Cantava, dançava, pulava, fazia imitações de Jimmy Stewart, Cary Grant, Jimmy Cagney, relativamente fáceis para um profissional da mímica. Mas seu Marlon Brando parava a festa. Sammy, feio como o pecado, reproduzia à perfeição cômica a inflexão perplexa de Marlon, bonito como um deus. A vitalidade do incrível crioulo assombrou o mundo nos anos 60.

FUMAR É UM PRAZER

  É o que diz um velho tango, com muitas versões. Será? Não sei. Nunca fumei, e lembro apenas Nora Ney a cantar De cigarro em cigarro, um clássico de Luís Bonfá: Outra noite esperei / Outra noite sem fim / Aumentou meu sofrer / De cigarro em cigarro / Olhando a fumaça no ar se perder... Os fumantes garantem que o cigarro é também um companheiro da nossa solidão. E finalmente o cigarro é ter alguma coisa para fazer, como arranjar um câncer no pulmão. Mais e mais não temos o que fazer. A tecnologia eliminou, em grande parte, o trabalho braçal. A informática, o mental.

MEMÓRIA


Governador do Ceará pela segunda vez (1979-1982) – a primeira foi entre 1963-1966 – Virgílio Távora estava no gabinete, quando entra um aspone qualquer, doido por uma puxada, algo que VT detestava. Pediu licença e mostrou um livro em que o autor, lá pras tantas, espinafrava o governador. Atento ao trabalho que fazia, Virgílio apenas perguntou em que página estava o texto. O aspone abriu o livro e apontou: “Aqui, na página 12.” Virgílio nem olhou e pediu o nome do escritor. O aspone disse, fazendo cara de nojo. E o governador, sem tirar os olhos do trabalho que fazia, disparou: “Doutorzinho, com um autor desse o leitor sequer chegará à página 10. Jogue isso no lixo”. 

 O assessor de imprensa de VT era o amigo e colega Rangel Cavalcante, há muitos anos radicado em Brasília e que todos os domingos era meu vizinho no caderno Gente, coordenado pela colunista Regina Marshall, no Diário do Nordeste, com suas notícias políticas e fina ironia. E lá ele continua. É um patrimônio do jornalismo cearense, e a ele, todos nós, seus colegas, devemos muito, Mas isso eu conto depois. Virgílio, nascido em Fortaleza, morreu em São Paulo em 3 de junho de 1988, aos 69 anos, vítima de câncer na próstata quando cumpria seu mandato de senador. Foi o maior político do Ceará de sua geração, descendente da ilustre família Távora, de raízes em Jaguaribe, da Microrregião do Vale do Jaguaribe, palavra que, em língua indígena, significa “rio das onças”, conforme nos ensina o saudoso e querido amigo Dorian Sampaio, no seu livro Municípios do Ceará, em sua 4ª edição, página 86, de 1987.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

NORDESTE



Aqui, em nosso sofrido Nordeste, a ideologia vigente é o raspa-barril, cada um por si e os outros que se danem. A região está, há séculos, em um darwinismo niilista que é a única regra do jogo. Ó Deus, onde Te escondes?

JORNALISMO

Jornalismo é a segunda mais antiga profissão. Jornalismo está num baixo tremendo. Oscila de tentativas de agradar da ralé à propaganda. É o jornalismo-rinoceronte. Bajular a massa não a ensinará a ler. Deve haver muita gente que gostaria de ler palavras civilizadas. Não está sendo atendida.

Os ingleses (a Inglaterra é a mãe do jornalismo), talvez por serem predominantemente empíricos, usaram o jornalismo para tudo. Shaw é o melhor exemplo (é irrelevante que seja irlandês, fez a vida e fama na Inglaterra). Escreveu sobre música, teatro, política, economia, religião, sexo etc.

No Brasil, seria mal recebido pelos nossos acadêmicos, os quais desprezam o jornalismo, como incompleto e superficial.

MAIS BELO





Diz Balzac que nada há mais belo do que fragata à vela, cavalo a galope e mulher dançando. Há, sim, mestre Honoré  de  Balzac: criança feliz.

O ENGANADO

Tem gente assim: não lê os livros, mas as críticas dos livros. E cita os livros, como se os houvesse lido. Daí a exorbitância de suas leituras, em algumas línguas. Com isso, engana os tolos, e o tolo mais enganado é ele próprio, que não sabe o que perdeu.

PALAVRA SAGRADA

A Palavra Sagrada me acha, que não acredito em coisa alguma, nada mais é que sintaxe e gramática de lavra humana. As palavras estão longe de cobrir nosso mundo sensorial e espiritual. Foi um momento de extraordinária auto-introspecção na história da filosofia e da vida humana. Quem quiser me acompanhar nesse raciocínio, acompanhe. Quem não quiser chute pedra!

SUPERMINISTERIO


Enquanto escrevo o blog, nesta manhã, o problema de completar o ministério  foi resolvido. São 39 cadeiras ministeriais. Eu disse 39, perto de  chegar às 40 da Academia Brasileira de Letras, a famosa Casa dos 40.

O que se pode esperar de um governo com 39 ministros? JK tinha apenas 12. Getúlio, 13. Sarney chegou aos 23, organizado por Tancredo, e fez uma administração desastrosa. (Você foi “fiscal do Sarney”? Suicide-se!!!)

Por que Dilma não cria o 40º? Por exemplo, o Ministério da Fiscalização Presidencial? Poderia ser ocupado pelo honrado Zé Dirceu, e ela finalmente aprenderia a diferença entre talento e quantidade.


Dirceu é o autor da famosa frase: “Todo Pooddle é um cachorro, mas nem todo cachorro é um Pooddle.”

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Seca medonha

 Há 50 anos o Nordeste não tinha seca igual à que está aí. Não há água nem para batismo. As providências do governo para atenuá-la são as de sempre – nenhuma. A presidente Dilma junta-se aos industriais da seca e vai de reles paliativos, cravados no interesse eleitoreiro. Contra o que vem de cima não há nada a fazer, e a água do poço não serve nem para o homem nem para os bichos.  Seca medonha em todo o Nordeste. Aqui, nesse sofrimento, a ideologia vigente é o raspa-barril, cada um por si e todos por ninguém. A região está, há séculos, em um darwinismo niilista que é a única regra do jogo. Óh Deus, onde te escondes?

Jornais

 O jornalismo do doa em quem doer está no fim. Está num baixo tremendo. Oscila de tentativas de agradar da ralé às elites. É o jornalismo-rinoceronte. Bajular a massa não a ensinará a ler. Deve haver muita gente de ler palavras civilizadas. Não é atendida. Os ingleses (a Inglaterra é a mãe do jornalismo), talvez por serem predominantemente empíricos, usaram o jornalismo para tudo. Bernard Shaw (1856-1950) é o melhor exemplo. É irrelevante que seja irlandês. Fez a vida e fama na Inglaterra (Nobel de literatura em 1925) e foi um dos escritores mais importantes do século XX. Escreveu sobre música, teatro, política, economia, religião, sexo, etc. No Brasil, seria mal recebido pelos nossos acadêmicos, os quais desprezam o jornalismo, como incompleto e superficial.

Quem morreu hoje?

 Conheci um idoso, até simpático. A gente se encontrava vez por outra, sempre na mesma livraria. Era infeliz, pelo que eu sabia a seu respeito, e ele mesmo pouco se lixava em mostrar sua infelicidade. Já passava dos 80 anos. Ou seja, bem além do termo da vida previsto pelas Escrituras. Irá aos 90. Quem sabe, aos 100. Entretanto, longe de ser um prêmio, a vida para ele é um castigo. Veio ao mundo para testemunhar as vitórias alheias, e isso o maltrata, o machuca, tira-lhe o sono. 

 Só tem um consolo – acompanhar o enterro de seus contemporâneos. De manhã, quando abre o jornal, vai diretamente à página do obituário, para ver quem deu baixa. Ganhou o dia, se tem velório à vista. Abre um largo sorriso. Todos o conhecemos. Dou-lhe o nome? Não. Não merece.

Descrença

 O mundo endoidou. Já não dá para crer em mais nada, e eu não creio sequer na Palavra Sagrada, que nada mais é do que sintaxe e gramática de lavra humana. As palavras estão longe de cobrir nosso mundo sensorial e espiritual. Foi um momento de extraordinária auto-introspecção na história da filosofia e da vida humana. Quem quiser me acompanhar nesse raciocínio, acompanhe. Quem não quiser, chute pedra!

A moenda

 Eis um dos mais belos sonetos que conheço. O autor é o poeta piauiense Da Costa e Silva, nascido na cidade de Amarante, a 160km de Teresina, onde estudou o primário e o antigo ginásio. Ele é o autor da letra do Hino do Piauí (“Piauí, terra querida / Filha do sol do Equador”...), chamava-se Antônio Francisco da Costa e Silva. Nasceu em novembro de 1885, formou-se advogado em Recife, foi funcionário graduado do Ministério da Fazenda, no Rio de Janeiro, onde faleceu em 1950, aos 65 anos. Membro da Academia Piauiense de Letras e consagrado Príncipe dos Poetas Piauienses, o soneto é simplesmente genial. Leiam e julguem:



Na remansosa paz da rústica fazenda
À luz quente do sol e à fria luz do luar 
Vive, como a expiar uma culpa tremenda
O engenho de madeira a gemer e a chorar 

 Ringe e range, rouquenha, a rígida moenda 
E ringindo e rangendo a cana a triturar 
Parece que tem alma, adivinha e desvenda 
A ruína, a dor, o mal que vai talvez causar... 

 Movida pelos bois tardos e sonolentos 
Geme, como a exprimir, em doridos lamentos 
Que as desgraças por vir sabe-as todas de cor 

 Ai! dos teus tristes ais! Ai! moenda arrependida! 
Álcool! Para esquecer os tormentos da vida 
E cavar, sabe Deus, um tormento maior!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Tempo.


Lembram deste soneto? Chama-se Conta do Tempo. O autor é Frei Antônio das Chagas (1631-1682). Antes de se tornar frei franciscano, chamava-se Antônio da Fonseca Soares. O nome dele está ligado ao Morro do Castelo, no Rio, onde ajudou a construir o Convento Santo Antônio. 


 Informações para os arquivos do leitor. Eis a íntegra:



Deus pede estrita conta do meu tempo
     E, eu vou do meu tempo, dar-lhe conta
      Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
               Eu que gastei, sem conta, tanto tempo?

            Para dar minha conta feita a tempo,
             O tempo me foi dado e não fiz conta,
                 Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
                      Hoje quero acertar conta e não há tempo. 

                         O!... Vós que tendes tempo, sem ter conta,
                        Não gasteis vosso tempo em passatempo,
                        Cuidai enquanto é tempo, em vossa conta.

                             Pois, aqueles que sem conta, gastam tempo,
                           Quando o tempo chegar de prestar conta,
      Chorarão, como eu, o não ter tempo.

A morte de um jornal.

 Eu já vi um jornal nascer e já vi um jornal morrer. Tenho pronto os originais de um livro onde conto o nascimento do Diário do Nordeste, desde o primeiro minuto, até se tornar um dos mais importantes do país, fruto do último grande empreendimento do industrial Édson Queiroz. Mas só poderei publicar o trabalho depois de  autorizado pela autoridade maior do Grupo Queiroz, D. Yolanda, que não mostrou interesse pelo projeto e a quem me curvo porque sem a autorização dela não poderei ir adiante. Não recorri ao chanceler Airton Queiroz, porque se mãe dele não acolheu a idéia, evidente que ele não vai contrariá-la. Dei o assunto por encerrado. Mas os originais estão bem guardados. Quem sabe, um dia poderá . ser útil. Jornalismo é algo complicado.  Aprendi muito sobre jornais, principalmente em minha passagem pelo Diário Carioca, comandado por Pompeu de Sousa e Luís Paulistano, que modernizaram o jornal ao feitio dos americanos, a partir do famoso leed e da guilhotina do velho e pomposo “narizde cera” Mas vou ficando por aqui, porque comento fartamente o assunto no meu livro De cima da goiabeira (lançado este ano e já esgotado).

A morte de um jornal (II).

    Um dia, de repente, entra na redação do Diário Carioca,  perfumado, com cara de “agora quem manda aqui sou eu”, nada mais, nada menos que o deputado Ricardo Fiúza, cearense de nascimento, mas fixado em Recife, onde entrou para a política e tornou-se poderoso e rico. Lembram dele? Já morreu. Era um dos “anões do orçamento”, colega do João Alves, aquele parlamentar que, para justificar sua riqueza, afirmou cinicamente ter ganho 200 vezes na Loteria Esportiva. Caiu no ridículo, foi cassado (todos os envolvidos foram cassados) e entrou para o anedotário político.


   Fiúza demitiu meio mundo (eu permaneci e fui indicado pelo Gustavinho para escrever um relatório  sobre o dia-a-dia do jornal) e tratou logo de abrir uma sucursal do Diário de Notícias em Brasília. Mas começou a atrasar o pagamento acertado com o ministro Delfim. Atrasou, atrasou  e caiu fora sem pagar um vintém nem aos linotipistas. O gordo ficou furioso e mandou vender tudo do jornal, a partir do velho prédio de oito andares da Rua  Riachuelo, máquinas, móveis, tudo, até ter condições de liquidar a dívida com a Caixa Econômica.  O jornal circulou de 1930 a 1974, quando também, por força de perseguições da ditadura dos generais, deixou de circular o Correio da Manhã, o grande matutino de Paulo Bittencourt, inaugurado em 1901. Foi uma tristeza.

   Dali eu voltei para a Fundação Getúlio Vargas, onde já trabalhava, e passei a integrar a equipe que ganhou a licitação para reformar a estrutura administrativa da Polícia Rodoviária Federal em todo o país, o que nos levou a viajar Brasil afora e Brasil adentro. Trabalho monumental e gratificante, e haja fôlego para viagens intermináveis. Eu era o escrivão da frota e recebi um prêmio pelo estilo dos relatórios que tinha de escrever, mais ou menos em linguagem fora dos padrões do velho Dasp, quase que imitando aqueles do prefeito de Palmeira dos Índios (AL), Graciliano Ramos, dirigidos ao governador do Estado. Só depois dessa fase, voltei ao jornalismo, desta vez no Jornal do Brasil, um dos mais antigos periódicos do Brasil (1891), deixou de ser impresso em 2010 e agora só existe para o computador. No entanto, como dizem, a imprensa jamais deixará de ser o quarto poder de uma República. E lembro Paulo Francis (1930-1997): “O jornalismo é a segunda profissão mais antiga do mundo”.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Duelo de Titãs

 Até o momento, cinco ministros votaram a favor e cinco votaram contra os embargos infringentes, recursos que permite que 12 dos 25 condenados tenham direito a um segundo julgamento para certos crimes. A última sessão, quinta-feira passada, terminou empatada em 5 votos a 5. Na sessão de amanhã, o decano do Supremo, ministro Celso de Mello, decidirá a questão. Enquanto isso, ele vem sendo alvo de todo tipo de pressões, mas se trata de um ministro equilibrado, brilhante e com inatacável senso de responsabilidade, respeitadíssimo pelos próprios colegas no STF. Fica difícil de prever o que ocorrerá na sessão de amanhã. Ele lembrou que já tratou do tema em outras ocasiões. Qual será o seu chamado voto de minerva? Se favorável, haverá grande decepção na sociedade brasileira, e não há como evitar um grande desgaste para a corte maior da Justiça, a ponto de críticas duras como “no  Brasil o crime compensa”. O respeitável e inatacável presidente do Supremo e relator do processo, Joaquim Barbosa, certamente vai piorar de suas dores na coluna. Mas vamos esperar por Celso de Mello. Quem sabe, pode dar zebra.

Objetivo único.


 A última do marketing pago que diviniza Dilma: agora, enquanto o Nordeste morre de fome e de sede, a presidente  se preocupa com as loucuras da Síria e luta para fortalecer a ONU, em  fase de agonia. Ela é capaz de descalabros, contando que esteja na mídia. Vez por outra, muda um dos 39 ministros – eu disse 39, mas de repente já pode estar nos 40 – e chega a chorar quando cai  de popularidade, mesmo  no Nordeste, onde até hoje, em proporções absolutas, não fez nada, além dos manjados arranjos de todos os governos passados e presentes. O que fez ela para tanto? Deviam citar coisa por coisa. Parece que fabricam perguntas do tipo “qual é a metade de 2 + 2” ou aquela que já ouvíamos em criança: “Passam  dez bois aqui e o da frente olha para trás – quantos ele conta?” 

Ora, Dilma  só produz ministros, quando substitui os piores por outros piores ainda, valendo unicamente a votação que acompanha cada um, de modo a fortalecer a tal de base do governo, decisiva agora em 2014 para a reeleição dela, possivelmente derrubando as candidaturas de Eduardo Campos, Aécio e Marina,  as mais ferozes.  Não nos perguntem como vão as coisas entre ela e o PMDB, base de seu governo e o maior partido nas duas Casas do Congresso. Ela e Michel Temer andam às turras, porque não dá a mínima para os peemedebistas nem para seu próprio vice, que é presidente do PMDB.


O que tem feito Dilma pelo miserável Nordeste? Distribui remédio para gripe, diarréia e dengue, e mais uma cesta básica que está ao alcance das mãos dos exploradores de sempre. As empregadas domésticas, a partir de janeiro, passam a ganhar R$ 72. Notícia boa para elas, porém péssima para as donas de casa,  que terão de mandá-las para o olho da rua, por não ter como pagá-las. Não se iludam. Neste momento, num crescente incontrolável, Dilma só pensa na reeleição. Desvairadamente.  Com seu prestígio em queda, convém lembrar que   popularidade nada tem a ver com credibilidade.  E anda fumando charutos,quem sabe, de Havana...

Agonia


 Depois das pressões populares em quase todas as cidades do Brasil, envolvendo alguns confrontos perigosos entre policiais e pessoas do povo, o Planalto vê cair por terra a tal de PEC-73, que limitava os poderes do Ministério Público, a corrupção passou agora ao altar de crime hediondo e um plebiscito bem poderia decidir qual o melhor regime de governo para os brasileiros. Vale dizer: o povo tem de ir às ruas e exigir o que pretende para melhorar de vida (isso me faz lembrar o delicioso conto do maranhense Arthur de Azevedo, O plebiscito, publicado no Rio pela Editora Alhombra, em 1894). Ora, como todo mundo hoje sabe o que significa, sugeriram à presidente Dilma, a propósito da reforma política que estaria a caminho, que ela se utilizasse desse recurso constitucional para levar a debate o sistema que melhor atenda à nossa democracia. 


Nesse rolo da reforma política, entra o voto distrital, embora com resistência. “O voto distrital não cria líderes, só representantes medíocres”, diz um senador que não merece ser citado. Esse tipo de político esquece que todos os grandes estadistas do mundo floresceram no voto distrital. São os mesmos argumentos, os mesmos, utilizados  contra o conselheiro Saraiva e sua lei, há bem mais de 100 anos. “Favorece o abuso do poder  econômico”, garante ele. Ora, o voto proporcional foi abolido da Itália, como o maior responsável pela corrupção que varreu o país. Aqui, ele deu a CPI do orçamento, lembram? Quando vamos sair dessa armadilha que é o voto proporcional, o maior responsável pela crise política brasileira? Sem voto majoritário não há Parlamento forte. Sem Parlamento forte não há democracia forte.

Os partidos.

Reza a lenda que Washington, quando entregou o governo dos EUA, fez uma severa advertência contra os partidos políticos: “Cuidado com eles”. No Brasil,  esquecemos  que a política dos governadores, quando foi proposta por Campos Sales, era para evitar o domínio dos partidos. Na verdade, a tradição brasileira sempre foi contra os partidos. Gostamos mais de facções regionais, grupos,  alas, dissidências do que da unidade partidária. Mas o fato é que a democracia moderna não pode ser forte sem partidos fortes, organizados, com doutrina e programa. Se chegou a hora da reforma política, especialistas garantem que o voto proporcional, por exemplo, desintegra os partidos, faz a  proliferação deles. O voto majoritário, sim, é formador de partidos grandes, estáveis, capazes de dar estabilidade aos governos e realizar o grande sonho do governo democrático: alternância do poder.

Eis a verdade que nos recusamos  a aprender e ficamos a fazer leis para limitar partidos, controlar gastos eleitorais, fidelidade partidária, que apenas terminam numa grande farsa e no estímulo à hipocrisia. O mal está na raiz, o voto proporcional. Os mais idosos se lembram que foi o plebiscito de janeiro de 1963 que os brasileiros devolveram ao país o sistema presidencialista, quando os militares do golpe de 1964 queriam mesmo não era derrubar o presidente João Goulart, mas um pretexto para mergulhar o Brasil numa guilhotina que nos custou 21 anos de brutalidades, torturas, assassinatos e as desgraças que se seguiram ao AI-5, “o ato institucional das trevas”, como o chamava Afonso Arinos. Bom, o povo está na rua, protestando, protestando. Que a presidente Dilma  analise as razões. É pedir muito, não?

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Projeto mais médicos.

  Texto especial sobre esse projeto que tem tudo fadado ao fracasso. Os dados estão na revista Mobilização Médica. Para a grande maioria dos nossos médicos, o tal projeto é inconstitucional e fará mal para a saúde da população brasileira, à medida que permite a entrada de profissionais que não precisarão revalidar seus diplomas para prestar assistência médica. Além disso, analisa a revista, no site das entidades médicas os interessados em colaborar com essa luta encontrarão textos com  argumentos sólidos para convencer deputados e senadores e mostrar os prejuízos causados pela Medida Provisória 62//13. Enquanto escrevo estas mal traçadas, alguns parlamentares já declararam apoio à causa médica. 

Projeto  mais  médicos  (II)

A Associação Médica Brasileira diz: “O governo tenta induzir a população que a culpa no caos da saúde é falta de médicos. Engodo. Faz o projeto de forma autoritária, sem discutir com as universidades e entidades médicas. Quer mudar o curso médico, trazer médicos do exterior sem a Revalida e acabar com a residência médica.” É um absurdo o governo querer colocar nos médicos a culpa da incompetência da gestão em saúde. É um descalabro querer que a residência médica seja moeda de troca.  A sociedade precisa reagir  e mostrar ao governo  que não se promove saúde com autoritarismo e falta de planejamento. 


Projeto  mais  médicos   (III)

Neste momento, os médicos brasileiros pensam ser essencial a participação de toda a categoria, nem só em defesa dos direitos  da medicina, mas, principalmente, pelo respeito à população. A própria Federação Nacional dos Médicos afirma: “Atenção em saúde é permanente e não pode ser feita de forma provisória. Isto é inconstitucional e não pode ser resumido a uma medida paliativa de três anos.  É evidente e indiscutível que a MP 62 representa grave risco  à saúde da população e também vai piorar a qualidade dos cursos de medicina. Não iremos compactuar com propostas demagógicas, inexeqüíveis e que não irão solucionar os graves problemas do SUS, conquista maior da sociedade brasileira”. 


Projeto  mais  médicos   (IV) 

A verdade é que o Brasil investe muito pouco na saúde, mais do que na educação. É inaceitável que o país continue a destinar menos de 4% do PIB em saúde pública, abaixo de R$ 2 por dia por cidadão, percentual bem inferior ao de muitos países com menor desenvolvimento. Desenhada às pressas em tentativa desesperada de responder à insatisfação do povo em geral e de olho na reeleição  da presidente Dilma, o tal projeto nada mais é do que uma ação midiática e oportunista. Tivesse o mínimo de consistência, o governo não começaria a esquartejá-la dias após sua apresentação. Considerando que nos últimos exames de revalidação de diplomas, o índice de reprovação esteve em torno – pasmem – de 90% . Éprovável que nove em cada dez médicos “importados” não tenham condição para atender adequadamente os cidadãos – seriam os “especialistas” em gripe e diarréia. 

Projeto  mais  médicos    ( V )

 Por fim, cumpre acrescentar ser essencial a garantia de acesso à assistência médica de qualidade, universal e integral, sempre. Esta, a preocupação de nossos médicos. Infelizmente, tal meta jamais foi alcançada, principalmente pela falta de recursos, de financiamento adequado. Além disso, os médicos, no Brasil, sobretudo nos governos de Lula e agora com Dilma, “a segunda mulher mais influente do planeta”, conforme seus áulicos. Temos um gerenciamento ineficaz, com desperdício do já minguado dinheiro destinado à saúde pública. A corrupção é desenfreada, escandalosa, brutal. Além do que temos bons médicos Brasil afora, bem superiores aos importados. Têm de assumir dois-três empregos para sobreviver. Tudo que vem do PT acaba em fiasco ou corrupção, e o governo de Lula, em todas as áreas, foi ao index da roubalheira incontrolável. Foi ele que nos deu a pista: se Deus é brasileiro terá sido pelo motivo de haver morrido entre dois ladrões. Rezemos o Credo, gente!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Depois dos 80 km...

Sempre que ouço falar em Quixeramobim, esta cidade parece querer me dizer alguma coisa. Talvez Antônio Conselheiro, quem sabe Euclides da Cunha e até mesmo o saudoso presidente do Clube dos Abestados, a grande figura do médico universal, Pontes Neto, que vi muitas vezes pedir ajuda a Edson Queiroz para construir o hospital de lá. A velha cidade me cola a fantasmas. Passei, certa vez, um dia todo por lá, na casa do ex-ministro da Justiça de JK e de Geisel, que visitou seu ministro, como presidente, na fazenda “Massapé Grande”, enorme, bonita, com capela e tudo no azul e branco, assoalho em madeira nobre, limpo e brilhante que dava para a gente pentear o cabelo. 

O ex-ministro, dos mais bem informados do país, já sabia que Geisel seria substituído por João Figueiredo, o que acabou ocorrendo no Colégio Eleitoral de 1978 para a escolha do presidente por votação indireta. Figueiredo derrotou o general Euler Bentes Monteiro por 355 votos, todos da Arena. O concorrente, do MDB, 226 votos, uma votação acima da esperada, dadas as circunstâncias. Na chapa de Figueiredo, foi eleito o vice-presidente Aureliano Chaves, ex-governador do Estado de Minas Gerais. Aliás, era o candidato de Armando Falcão,  para substituir Figueiredo. Lutou por isso o quando pôde, mas as cartas já estavam marcadas.  Não havia mais o que fazer.

Foi um dia agradável na companhia do ex-ministro, cearense histórico, homem culto e um incomparável articulador político. Escreveu um livro – Tudo  a  Declarar – o avesso da resposta que geralmente tinha para nós, da imprensa, nos piores momentos dos anos de chumbo, quando os candidatos, em obediência à Lei Falcão, só podiam usar na tevê retratos 3X4 e alguns segundos para dizer as bobagens de sempre. Tem hora, por causa do candidatos de hoje, quase sempre meio imbecis, que a gente bem que sente falta da Lei Falcão. O que temos aí, no rádio e na tevê, é um horror, salvo duas-três exceções. Depois seguiram-se Tancredo, diretas-já, Sarney, aquilo que todos sabemos. 

O ex-ministro Armando Falcão me concedeu um entrevista tão importante que ganhou duas páginas inteiras no Diário do Nordeste, em duas edições seguidas. Achei linda, muito bem cuidada, a fazenda “Massapé Grande”. Tirei  foto de um tamarindeiro que tinha completado um século de vida e ganhou até placa da família. Alto, frondoso, belíssimo, cascas grossas que ajudou um botânico saber a idade da árvore. 

No final da tarde, Armando Falcão me levou até o carro, conversou com o motorista e observou: “Olhe, filho, aprenda: um carro, até os 80km, pertence ao motorista; dos 80 em diante, o motorista pertence ao carro, e a partir dos 120km, os dois pertencem ao diabo... 

Nunca esqueci a observação verdadeira. Eu só veria o ex-ministro mais uma vez, anos depois, no seu escritório na Av. Rio Branco, no Rio de Janeiro. Depois, em duas ocasiões, conversamos pelo telefone. Polêmico, odiado, admirado, ele  morreu em fevereiro de 2010, aos 90 anos de idade, em seu apartamento carioca onde morava desde que deixou a atividade política.

FHC

 Foi um presidente elegante e culto. Devemos o real a ele, iniciado por Itamar Franco, mineiro nascido em águas da Bahia, mas foi registrado no cartório como mineiro de Juiz de Fora, cidade da qual foi prefeito e onde seus pais sempre moraram. Lá ele foi concebido, então se considerava mineiro, dos sapatos ao badalado topete.  Bom, mas falemos de FHC. Tinha uma mania curiosa: todos os dias, antes de se recolher, ele ditava para seu gravador tudo o que se passara nas últimas  24 horas, organizadamente. Foram mais de 5 mil páginas digitadas. Ele decidiu publicar tudo, mas somente depois de sua morte, para  que os políticos criticados por ele não tenham como respondê-lo. São dois ou três volumes. Ele também revela que antes de se recolher aos aposentos do Alvorada, apagava todas as luzes, “para evitar desperdícios”. 

Entrou para a história como o presidente do real. Em plena ditadura militar, foi preso – já não era presidente – encapuçado e interrogado com gritos e indelicadezas pelos famigerados membros da ditadura militar. Não chegou ao “pau de arara” por milagre. Hoje, aos 83 anos, ainda filiado ao PSDB, tem se esforçado pela dobradinha Aécio e Eduardo Campos. Acha que  Marina Silva não conseguirá registrar seu partido e ela mesma desafiar a presidente Dilma para o confronto de 2014. Ele diz nos bastidores que se o candidato for Lula, este perderá as eleições. O “sapo barbudo” está envelhecido e não tem saúde para suportar uma eleição presidencial. Perdeu muito daquele formidável líder metalúrgico. 

Os que têm o privilégio de ouvi-lo nas palestras que tem dado mundo afora, o consideram lúcido e brilhante. Convites lhe sobram. Viúvo da D. Ruth, que era antropóloga, estudiosa e de idéias modernistas, tenho ter sido a mais respeitável primeira-dama do Brasil. Era um ano mais velha que o marido, com  quem começou a namorar ainda adolescente. Daqui a 50 anos, ao lado de Getúlio e JK, provavelmente ainda será lembrado como “o presidente do real e criador da reeleição até dois mandatos. Prestem atenção – tudo o que ele diz, em suas pregações, repercute na mídia e nas maiores lideranças deste país onde o céu azul é mais azul.

Casamento

 Eu tenho uma seleta coleção de filosofia de pára-choque (escrevo na velha ortografia, e a nova que se dane). Os velhinhos da Academia de Letras, juntos com os velhinhos da Academia de Lisboa, como não têm o que fazer, ficam a inventar essas bobagens. Pois eu quero dizer que dessa coleção tenho minhas prediletas. E aí vai ela – Um velhinho de 90 anos se casou com uma velhinha de 89. Sabem o que aconteceu? Passaram a lua-de-mel tentando sair do carro....

Sem Simpatia

  Não sei explicar, mas não tenho a menor simpatia pela presidente Dilma. Não vejo sinceridade no que diz e creio que por trás de seu sorriso sem graça não há mais do que uma carreira de dentes. Pode até ser uma figura cheia de boas intenções, mas não chegam a esconder que o que lhe interessa mesmo:  ser  reeleita no pleito do próximo ano. Não reconhece exageros quando  forma um ministério-centopeia de 39 ministros, que se subdividem em incontáveis assessores, secretárias, aspones etc., tudo às custas do bolso de contribuinte. Há ministros que ela só vê uma, duas vezes por ano. Não os conhece e nada sabe do que fazem, porque a  grande maioria não faz nada. 

Há um choque permanente entre Dilma e seu vice, Michel Temer, presidente do PMDB, partido sempre de punhos cerrados contra ela, que não dá a mínima ao pessoal comandado pelo vice e presidente do maior partido nas duas Casas do Congresso. Ela esquece um ponto importante. Temer não é vice da Dilma. Ele é vice da República do Brasil, e foi esse detalhe que favoreceu Sarney com a morte de Tancredo. No dia que ele perder a paciência, será o estouro da boiada, Ao que tudo indica, Dilma nem ouve mais o Lula, que está em casa, ocioso, engordando e tratando da saúde ainda em fase de certos cuidados. Os brasileiros não esquecem: os oito anos de Lula presidente foram montados na pior onda de corrupção na história do Brasil, deixando Collor com cara de monge ou beato do Nordeste. Sei não. Acho que reeleger Dilma é deixar 220 milhões de brasileiros a abanar carvão molhado.

MAIS MÉDICOS

  Segundo se informa, temos 700 municípios nos quais não existe sequer uma farmácia.  Esse projeto, o podem esperar, será um dos maiores fiascos no trato com a saúde do brasileiro.  E nenhum  deles, notadamente os de Cuba, podem pedir asilo às nossas embaixadas, porque serão demitidos do programa e despachados ao país de origem. Os médicos de Cuba não puderam trazer as famílias, que ficaram lá como reféns, como garantia para que todos, por aqui, se comportem bem direitinhos. 

Para complicar, a revalidação do diploma médico só será aceito se cumprir algumas exigências, como mostrar competência na área em que vão atuar e falar a língua portuguesa sem qualquer embaraço. Tudo que vem de Havana deixa pulgas na orelha, pois estamos lidando com a mais longa ditadura do planeta, São escravos de Fidel e do irmão dele, Raul, que dizem que é “bicha” declarada. Corre uma versão de que Fidel já morreu, mas a revelação está à espera de uma oportunidade “mais suave”. Até lá, nas aparições de longe, é usado um sósia calado, silencioso. O original já teria ido para as profundas.

 No todo, esse projeto do Mais Médicos tem tudo para não resolver  nada. A adaptação ao desmoralizado SUS do Brasil não pode ser levada a sério, por ser um dos piores do mundo. Aqui os doentes morrem nos corredores dos hospitais por falta de leitos e de médicos, e os planos de saúde, com uma ou duas exceções, não cumprem o que está no contrato. Os dependentes do SUS são os melhores clientes das funerárias que vivem às turras por um cadáver. Êh,  Brasil velho sem porteira!!! 

Os jornais estão cheios de anúncios de prefeituras, oferecendo até R$ 15 mil reais para o médico que aceitar se fixar por lá.Mas como? Tem casa boa pra morar, bons colégios para os filhos, cinema, computador, internet? Não aparece um único candidato. Os mais desesperados vão, porém  passam um mês ou dois, no máximo, e pedem o boné. O ministro da saúde, Alexandre Padilha, vai envelhecer pelo menos dez anos neste governo “da mulher mais influente do planeta”. Afinal, o que dá pra rir, dá pra chorar... 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

BLOG DO HÉLIO PASSOS

Dia 24 último, não vi uma só linha sobre os 59 anos do suicídio de Getúlio Vargas (24 de agosto de 1954). E logo ele que “saiu da vida para entrar na História”, como diz na Carta-Testamento. Também ninguém falou no Jânio, quando renunciou dia 25 de agosto de 1961, pensando que o povo ia buscá-lo no aeroporto de Cumbica e torná-lo ditador. Ficou vendo moscas, mas depois seria eleito prefeito de São Paulo, naquele episódio que FHC sentou na cadeira, considerando-se eleito. Jânio ganhou e, num rasgo de suas excentricidades, detetizou a cadeira... 

Poucos sabem que o pai de Jânio, deputado Gabriel Quadros (Jânio era governador de São Paulo) foi assassinado por um açougueiro. Não havia motivo político. A razão foi a paternidade de um menino adotado pelo açougueiro e que Gabriel jurava ser filho dele. Deu no que deu. Até hoje Jânio não ganhou uma biografia definitiva. Só dizem que era um beberrão e ele mesmo disse aos jornalistas: “Bebo porque a bebida é líquida; fosse gasosa, eu engolia...”. Ah, o velho Jânio e suas frases eruditas! Era metido a filólogo. Tenho a coleção das três gramáticas que escreveu. Falava bem inglês, francês, italiano e alemão.

E o candidato?

O ex-ministro Ciro Gomes, patriarca dos Ferreira Gomes, ainda não sinalizou qualquer nome para o governo do Estado, já que o irmão, governador Cid, não renunciou e deixou toda a família inelegível. Dizem que vai para o Banco Mundial, informação até agora não confirmada. Sabe-se também que Ciro não pretende deixar o PSB e apóia a reeleição da presidente Dilma. Há boatos de que ele seria aproveitado para um cargo público expressivo, porque para um ministério ele tem uma barreira muito forte – Lula. Os dois não dançam o mesmo tango.

Inesquecíveis

Há uma farra de jogos de futebol por aí. São tantos, mas o brasileiro veste a camisa do Flamengo e segue em frente, pouco se lixando que o velho Fla (é de 1911, nascido de uma dissidência no Fluminense, que é de 1910) esteja bem ou mal. “Uma vez Flamengo / sempre Flamengo”...) diz o hino do clube, pelo qual brigam até os índios. Mas de gênios se tornou a equipe da Copa de 1970, quando ganhamos o TRI e ficamos com a taça em definitivo. Eu morava no Rio e jamais vi tanta euforia nos milhões de cariocas que pulavam como doidos. Assim em todo o Brasil. 

Meu Deus! Onde achar um Pelé, um Rivelino, Tostão, Gérson, o canhotinha de ouro, Rivelino, Jairzinho, “o furacão da Copa”, Garrincha, Carlos Alberto Torres, com aquele 4X1 em cima da Itália, um presente da bola q      ue Pelé lhe passou. Inesquecível. Não tenho o DVD da Copa de 70 e daria qualquer dinheiro por ele. Dos seis jogos, o mais difícil foi contra a Inglaterra, que perdeu de 1x0, graças a um passe genial de Tostão a Jairzinho. O técnico era Zagalo, o grande Zagalo, mas diga-se, por justiça que ele recebeu a equipe preparada por João Saldanha, que dispensa adjetivos. Vou morrer, um dia, sem jamais ver gigantes como aqueles, a partir do “gato Felix” até chegar a Pelé, o atleta do século. 

Biografia de Tasso

Nunca mais ouvi falar na biografia de Tasso Jereissati, que o jornalista Wanderley Pereira estaria escrevendo (Pereira é também ótimo poeta e um grande repentista). O que deve estar acontecendo será por culpa da carregada agenda de Tasso para contar sua vida ao escritor. Se o biografado for contar tudo o que já passou no campo político e empresarial, um volume será pouco. O pai dele, Carlos Jereissati, foi duas vezes deputado federal e faleceu como senador, antes de completar um ano do mandato. Era praticamente o dono do PTB no Ceará da época e um empresário vitorioso, mas o coração  doente lhe roubou a vida aos 47 anos, em maio de 1963. A morte comete seus assassinatos. Dr. Tasso tinha então 16 anos e assumiu as atividades empresariais do pai, depois de se formar em administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas. 

 Em 1987, foi eleito governador pelo PMDB, elegeu Ciro Gomes para sucedê-lo e em seguida voltou ao governo do Estado, onde cumpriu dois mandatos seguidos, com o advento da reeleição, inclusa na constituição de 88, a “Constituição Cidadã”, assim batizada por Ulysses Guimarães (11 vezes deputado federal por São Paulo, um recorde). Depois foi eleito para o Senado e teria sido reeleito, não fossem as baixarias de Lula, que passou a persegui-lo. Agora no PSDB, partido que ajudou a fundar, ninguém sabe qual é o seu projeto político para 2014, ano que deverá nos oferecer fatos  explosivos, quando  Dilma fará um pacto até com o Capeta para ser reeleita. O poder, sabe-se, engendra a volúpia do poder, e quem pode quer sempre poder mais.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Divã

A rádio CBN transmite todos os dias os “conselhos” do médico Gikovate. Chegam a ser engraçados, coisas assim de cartomante ou de cigana. Para todos os problemas que lhe exigem análise, ele descamba no óbvio, como ocorre nas filosofias de pára-choque. Ora, o que pode acontecer com um sujeito de 80 anos que se casa com uma jovem de 20-25? Posso responder na hora: compra jornal para o vizinho ler...

Riscos

A centenária credibilidade e o respeito que o STF merece da sociedade brasileira correm riscos no julgamento do mensalão. O presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, tem a boca destravada, como diria Nélson Rodrigues, e fala o que pensa, doa em quem doer. Não é emoção, é exatidão. Seu vice, ministro Ricardo Lewandowski, duro e sincero, não esconde suas deduções e não silencia. Os ministros do STF, sobretudo nesta fase, dignificam a mais alta corte do país.


Estamos vivendo a plenitude do estado de Direito, passados os  tempos dos intervencionismos, dos golpes, e a consciência nacional execrando todas as formas de autoritarismo, disfarçadas ou ostensivas. O STF mostra não estar voltado apenas para os aspectos jurídicos, mas também age como um tribunal federativo, político, uma corte constitucional, encarregada de guardar a Constituição e velar pelas instituições. Ousa e abre caminhos. 

Reforma política

Eis  de que o Brasil mais precisa. Uma reforma que mostre de cara que o voto proporcional desintegra os partidos,  faz a proliferação deles. O voto majoritário, sim, seria o ideal. É formador de grandes partidos, estáveis, capazes de dar estabilidade aos governos  e realizar o grande sonho do governo democrático: alternância do poder. Um partido que não influencie o poder, mas exerça o poder. 

Chile, Argentina, Paraguai, Bolívia – para citar nossos vizinhos – têm partidos centenários.  No Brasil é difícil um partido completar sequer bodas de prata. Por quê? Porque nós não queremos acreditar que partidos longevos, estáveis, capazes de dar estabilidade são resultantes do sistema eleitoral. O voto distrital não é bem-vindo por aqui. Nossas lideranças  não o aceitam. Esquecem que todos os grandes estadistas do mundo floresceram no voto distrital. 


Sem voto majoritário não há Parlamento forte. Sem Parlamento forte não há democracia forte.  Esta é a grande verdade que nos recusamos a aprender e ficamos a fazer leis para limitar partidos, controlar gastos eleitorais, fidelidade partidária, que apenas terminam numa grande farsa e no estímulo à hipocrisia. O mal está na raiz – o voto proporcional. 

Ecologia

Os ecologistas vivem de debates ao redor do mundo,  mas os resultados são decepcionantes. Os países ricos, num jogo escapista, limitam-se a acusar os países pobres de vilões da natureza.  Há uma acirrada confrontação ideológica e falam até do conforto mais desconfortável que a humanidade já conheceu, quando jogam dentro da mesma garrafa a contradição entre crescimento econômico e qualidade de vida. 

Afinal, somos todos passageiros deste planeta azul que viaja pelo infinito, carregando a alma atribulada dessa criatura de Deus – o homem --, que depois de todos os pecados, como um demônio, destrói a própria vida, destruindo a natureza. Nas décadas recentes, tudo piorou. O mundo continua a jogar toneladas e toneladas de detritos na atmosfera, a aumentar o arsenal de armas nucleares, a contaminar os mares, a destruir a Terra, sem falar na poluição da pobreza. Ai de nós. 

Fritura

Estão “fritando” o ministro Guido Mantega. O diabo é que ele pensa que o cargo é vitalício. Quando o ministro vai mal, começa a fazer coisas que não deve, como esconder fatos reais e visíveis. Organizou um esquema de apoio para continuar na Fazenda. E passa à mídia supostas notícias privilegiadas nas quais sempre ele vai bem. Dilma nada sinaliza (só pensa em se reeleger). Mantega está naquela fase de colocar gasolina na própria roupa e acender fósforos. E nada existe de pessoal nesse processo: é ético e político

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Já eleito presidente pelo voto popular, em 1950, durante o exílio voluntário na sua fazenda de São Borja (ele não nasceu em São Borja, como quase todos pensam,  mas na fazenda “Triunfo”, a 30km da cidade), a todo momento posava um avião com gente para vê-lo e lambê-lo de bajulação. Depois de anos sozinho, rodeado apenas pela peonada e pelo “Anjo Negro”, o Gregório Fortunato, agora era a invasão até do alfaiate para as roupas que deveria usar durante os discursos. Quem olhasse a casa da fazenda, não diria pertencer a quem mandou, absoluto, como ditador, 15 anos no Brasil. 

Pequena, sala e três quartos, cozinha e um banheiro, móveis velhos, descascados. O quarto de Getúlio lembrava a modéstia de catre de pensão de estudante. Encostada à janela, a cama patente de molas frouxas, colchão com as depressões de anos de uso. Roupas branca, de fazenda áspera de má qualidade, lençóis e fronhas de tropeiro. Encostado na parede livre, armário de duas portas, sem espelho, via-se, num pau roliço, uma dúzia de cabides com as bombachas, as camisas do sumaríssimo guarda-roupa. Poucos livros, empilhados sem ordem, em cômoda ao lado da porta. 

Em outra cômoda, a vitrola portátil, tocada a manivela, uma dezena de discos do sanfoneiro Pedro Raymundo, que teve sua época de sucesso, com “Meu Coração Te Fala” e “Escadaria”, por exemplo.  Getúlio mandava buscá-lo na fronteira (com a Argentina) e passava a noite entre a sanfona, os charutos e um ou outro trago de uísque. Gregório ouvia sem dar uma palavra, cara amarrada, enquanto a peonada ria e se divertia com a música. Na varanda larga, Getúlio equilibrava o corpo roliço, enganchado na rede, as pernas curtas, pés calçados de chinelos, pendurados nos dedos. 

No mais, a vestimenta típica, limpa e com sinais de uso nos puídos  das mangas e do colarinho; bombachas, blusão folgado, o cinturão largo cingindo a barriga volumosa. E ali, durante quase três anos, o chefe da Revolução de 30, o ditador do Estado Novo, o político que não roubou um vintém no poder, o homem público de comprovada honestidade, o senador que não exerceu o mandato (passou uns dias no Congresso, teve um forte bate-boca com o general Euclides Figueiredo e pediu o boné), esperou, com paciência de eremita, que o fossem buscar. 

A despeito de seu estilo caudilhesco, é possível que a História venha um dia a reconhecer, sem paixão, que Getúlio Vargas foi um momento importante em nossa trajetória republicana. E que, por paus e por pedras, numa fase ideologicamente confusa, tenha contribuído decisivamente para inaugurar no Brasil, com o atraso de três decênios, o conturbado século XX. Tudo acabou – parece incrível – há exatos 59 anos, com aquele tiro no Catete.

E lá está ele, sepultado em São Borja. E  não está só. A seu lado, por desejo da família de cada um, estão o ex-presidente João Goulart, o ex-governador do Rio de Janeiro, deputado e senador Leonel Brizola e o guarda-costa de sempre, o “anjo negro” Gregório Fortunato, assassinado na prisão durante uma briga, conforme uma versão muito mal contada.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Na época em que o Rio de Janeiro ainda era Distrito Federal, o presidente da Câmara, Ranieri Mazzili, concedeu a palavra ao deputado Carlos Lacerda. O representante do Distrito Federal, deputado Bocaiúva Cunha, foi rápido e gritou ao microfone, sob os risos do plenário: -- Lá vem o purgante! Lacerda, num piscar de olhos, respondeu: -- Os senhores acabaram de ouvir o efeito! (Muito mais risos, até dos adversários...)

Quando Churchill fez 80 anos, um repórter menos de 30 foi fotografá-lo e disse: ´´ -- Sir Winston, espero fotografá-lo novamente nos seus 90 anos...  Resposta de Churchill: -- Por que não? Você me parece bastante saudável...
Telegramas trocados entre o dramaturgo Bernard Shaw e Churchill, seu desafeto. Convite de Bernard Shaw para Churchill: “Tenho o  prazer e a honra de convidar digno primeiro-ministro para primeira apresentação de minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver”. Bernard Shaw. Resposta de Churchill: “Agradeço ilustre escritor honroso convite... Infelizmente não poderei comparecer primeira apresentação. Irei à segunda, se houver. Winston Churchill.
O General Montgomery estava sendo homenageado, por ter vencido o  General von Rommel na batalha da África, durante a 2ª Guerra Mundial Discurso do General Montgomery: “Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói”. Churchill ouviu o discurso com ciúme e retrucou: “Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele”.
Certa vez, Einstein recebeu uma carta de miss Orleans onde dizia a ele: “Prof. Einstein, gostaria de ter um filho com o senhor... A minha justificativa se baseia no fato de que eu, como modelo de beleza, teria um filho com o senhor e, certamente, o garoto teria a minha beleza e a sua inteligência”. Einstein respondeu: “Querida miss Orleans, o meu receio é que o nosso filho tenha a sua inteligência e a minha beleza”.
O estadista francês Clemenceau, aos 80 anos,  passeava com um amigo pela avenida Champs Élysées, quando passa uma francesinha lindíssima, com um belo sorriso para ele. Clemenceau vira-se para o amigo e  comenta, suspirando: “Ah, meus 70 anos!”
Um dos mais importantes poetas franceses do século XX, também escritor admirável, Paul Valéry, dizia: “A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem no que lhes concerne. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem”. 
Já me pediram para prefaciar livros, mas soube escapar com elegância. Lembra-me, a propósito, do que diz o  bruxo do Cosme Velho em suas críticas literárias: “O perigo destes prefácios é dizer demais.  É ocupar maior espaço do que o leitor pode razoavelmente conceder a uma lauda inútil”.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ela vem aí

Nem precisa dizer nomes.Fica fácil identificar os jornalistas (em sua maioria, mulheres) fascinados por um elogio à Dilma, enquanto a  mídia ninja não chega para entrar em campo com suas  opiniões e a liberdade de expressão de um país democrático. Dilma anda preocupada, por falta de comando dela mesma e de nenhum contato interessante com qualquer dos engravatados do seu ministério-centopéia. Chega a ter medo da Marina, concorrente que ameaça um segundo turno. Aécio, Serra e Eduardo Campos murcham a cada hora.  Tá  feia a coisa.