Na remansosa paz da rústica fazenda
À luz quente do sol e à fria luz do luar
Vive, como a expiar uma culpa tremenda
O engenho de madeira a gemer e a chorar
Ringe e range, rouquenha, a rígida moenda
E ringindo e rangendo a cana a triturar
Parece que tem alma, adivinha e desvenda
A ruína, a dor, o mal que vai talvez causar...
Movida pelos bois tardos e sonolentos
Geme, como a exprimir, em doridos lamentos
Que as desgraças por vir sabe-as todas de cor
Ai! dos teus tristes ais! Ai! moenda arrependida!
Álcool! Para esquecer os tormentos da vida
E cavar, sabe Deus, um tormento maior!