Reza a lenda que Washington, quando entregou o governo dos EUA, fez uma severa advertência contra os partidos políticos: “Cuidado com eles”. No Brasil, esquecemos que a política dos governadores, quando foi proposta por Campos Sales, era para evitar o domínio dos partidos. Na verdade, a tradição brasileira sempre foi contra os partidos. Gostamos mais de facções regionais, grupos, alas, dissidências do que da unidade partidária. Mas o fato é que a democracia moderna não pode ser forte sem partidos fortes, organizados, com doutrina e programa. Se chegou a hora da reforma política, especialistas garantem que o voto proporcional, por exemplo, desintegra os partidos, faz a proliferação deles. O voto majoritário, sim, é formador de partidos grandes, estáveis, capazes de dar estabilidade aos governos e realizar o grande sonho do governo democrático: alternância do poder.
Eis a verdade que nos recusamos a aprender e ficamos a fazer leis para limitar partidos, controlar gastos eleitorais, fidelidade partidária, que apenas terminam numa grande farsa e no estímulo à hipocrisia. O mal está na raiz, o voto proporcional. Os mais idosos se lembram que foi o plebiscito de janeiro de 1963 que os brasileiros devolveram ao país o sistema presidencialista, quando os militares do golpe de 1964 queriam mesmo não era derrubar o presidente João Goulart, mas um pretexto para mergulhar o Brasil numa guilhotina que nos custou 21 anos de brutalidades, torturas, assassinatos e as desgraças que se seguiram ao AI-5, “o ato institucional das trevas”, como o chamava Afonso Arinos. Bom, o povo está na rua, protestando, protestando. Que a presidente Dilma analise as razões. É pedir muito, não?
Eis a verdade que nos recusamos a aprender e ficamos a fazer leis para limitar partidos, controlar gastos eleitorais, fidelidade partidária, que apenas terminam numa grande farsa e no estímulo à hipocrisia. O mal está na raiz, o voto proporcional. Os mais idosos se lembram que foi o plebiscito de janeiro de 1963 que os brasileiros devolveram ao país o sistema presidencialista, quando os militares do golpe de 1964 queriam mesmo não era derrubar o presidente João Goulart, mas um pretexto para mergulhar o Brasil numa guilhotina que nos custou 21 anos de brutalidades, torturas, assassinatos e as desgraças que se seguiram ao AI-5, “o ato institucional das trevas”, como o chamava Afonso Arinos. Bom, o povo está na rua, protestando, protestando. Que a presidente Dilma analise as razões. É pedir muito, não?