Sensação que se renova todos os anos, entre os festejos natalinos e de ano-novo, quando é outro o calendário da parede ou de mesa: diante de mim, alonga-se um caminho escuro, que irei percorrer dia a dia, à medida que minha mão retirar uma folha das 365 que se fecham defronte de meus olhos, com a sombra de seus enigmas.
Dou um passo firme, sabendo que só há um meio de cumprir a caminhada: vou em frente, confiante, tal como fui no primeiro dia em que Meu Pai me fez ir para a escola da professora Ceres Rocha, em Teresina. Seu olhar me segue, da janela da nossa casa, até a volta da rua. Sobretudo depois que ele passou para o outro lado da vida.