Corri o Amazonas numa barca, em 1957, com alguns malucos do Piauí que se juntaram a mim. Meu pai me apoiou e me deu dinheiro (meu avô, pai dele, morreu lá no tempo da “febre da borracha”). Minha mãe chorou e me abençoou. Mas a verdade é que não há país que tenha enriquecido sem se abastecer de sua natureza. O que inclui violações.
A questão é de medida, de valor comparativo. A Amazônia, natureza morta, é um dos credos da religião secular do nosso tempo – a ecologia. Como Oscar Wilde, só acredito em primeiras impressões. Vi a Amazônia e me ocorreu: em se plantando, tudo apodrece. Com todos os tesouros anunciados, é o que ainda sinto na boca do estômago.