sábado, 15 de janeiro de 2011

A FORÇA DA TV


Kennedy foi o primeiro presidente de TV. Destruiu Nixon num debate porque era “frio”, não sentia os próprios nervos. Não fazia caras. Quase não se mexia. Falava sem inflexões de orador emocionado. Entendeu que a imagem é a mensagem e não necessariamente o que se diz. Logo achou que qualquer gesto ou expressão teatral esbarram na linguagem de TV.

A televisão é a força mais subversiva da nossa sociedade, ainda que inconscientemente. Na televisão se vêem riquezas e estilos de vida que o povão desconhecia e agora vê entrar em sua casa. E a mística da TV, do comercial, é que tudo é possível para todo mundo. Um ledo engano. Uma ilusão. A televisão fornece ingredientes físicos ao pé-rapado.

E, como há uma enorme propaganda de que todos somos iguais, a realidade provoca ressentimento crescente naqueles que não têm o que querem. Ficar rico sem a responsabilidade de ganhar dinheiro é um sonho comum, velho comparsa da desilusão. Enfim, compreende-se: a televisão é diabólica.